Recentemente ouvi um comentário a respeito do Grupo Sambô e fiquei intrigado com a expressão usada pela pessoa que conversava comigo. Durante a exibição do DVD ao Vivo do Grupo, ouvi o seguinte: "Eles tocam um samba de branco".
Ora, o comentário me fez pensar e então pesquisei mais a fundo sobre o Grupo que está revolucionando a música brasileira ao realizar a união do samba com o rock, o chamado samba-rock.
Após ouvir as músicas e investigar a autoria de cada faixa do DVD e das outras músicas interpretadas pelo grupo, entendi que o estilo do Sambô pode ser classificado como samba eclético, já que a moçada toca e canta músicas que vão desde Gilberto Gil a Janes Joplin, passando por Benito Di Paula, Sylvio da Silva, Djavan, U2 e Originais do Samba. Isto sem falar nas músicas que ficaram consagradas nas vozes de diversos sambistas tais como Alcione, Zeca Pagodinho e Jorge Ben Jor. Uma mistureba que deu certo, diga-se de passagem!
O grupo de Ribeirão Preto (SP) surgiu de uma grande "vontade de se divertir" - conforme revela o Site do Grupo - e resultou numa mistura agradável a vários gostos.
Quem não gosta de Sunday, Bloody Sunday, do famoso grupo U2? Quem não se emociona com Retalhos de Cetim, o samba que ficou imortalizado na saudosa voz de Benito Di Paula? E quem não atende ao apelos de Alcione quando ouve Não Deixe o Samba Morrer?
O Sambô não apenas reinventa ou reinterpreta músicas já famosas, mas também nos presenteia com canções deles mesmos como o animado samba Deixa ou o melodioso Minha Vida, ambos de Ricardo Gama, tecladista do grupo. E, remodelando sambas e rocks conforme seu estilo empolgante, os rapazes do Sambô não encontram dificuldade para regravar músicas consagradas e ultrapassar os limites do preconceito. Parafraseando Dorival Caymmi, podemos dizer que "quem não gosta de samba-rock bom sujeito não é".
Sem desmerecer os demais, é claro, cabe aqui um destaque ao vocalista Daniel San, que mesmo tendo voz de rockeiro, dá conta do recado e dá um show de samba e paticumbum no pandeiro. O grupo é composto também por Sudu Lisi, na bateria; Ricardo Gama, no teclado; meu xará Julio Fejuca, no cavaquinho, guitarra e banjo; Max Leandro, no surdo e rebolo, e Zé da Paz, no pandeiro.
Quem ainda não teve o prazer de ver a apresentação do Grupo Sambô vai poder se esbaldar no dia 12 de janeiro, no ano que vem, pois os rapazes estarão na Pedreira Adventure.
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