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26 de setembro de 2017

Batuque na Praia Conhece o Samba de Campos dos Goytacazes

Num fim de semana que ficará para sempre em nossa memória, fomos recebidos de braços e corações abertos pelo Samba de Campos dos Goytacazes! E que calorosa recepção tivemos pelos integrantes das duas agremiações carnavalescas que são atualmente as campeãs do Carnaval de 2016.
Na sexta-feira, 22/09, quem nos recebeu para participarmos da escolha do samba enredo para o Carnaval de 2018 foi a Diretoria do Grêmio Recreativo Escola de Samba Ururau da Lapa, na final em que concorriam três grandes sambas. Apresentando o enredo "Mistérios da Meia Noite", o samba composto por Reginaldo Macaé e Vitinho do Cavaco foi o grande campeão.
De refrão fácil e batida contagiante, o samba interpretado por Jorginho do Pagode e Henrique Santos abordou muitos "mistérios" que ocorrem à meia-noite, desde o mito da Dama da Noite, gato preto, lobisomens, bruxas, mulher de branco, até as festas de natal e reveillon.
É claro que a lenda do Ururau da Lapa, que dá nome à escola de samba, não podia ficar de fora. De acordo com a lenda, em 1786, a filha de um rico coronel se apaixonou por um pobre cortador de cana. Insatisfeito com o amor da filha, o tal coronel jogou o rapaz no rio Paraíba do Sul, em frente ao Convento da Lapa, na cidade de Campos. Zangado com a violência do Coronel, o Deus das Águas, transformou o apaixonado rapaz num grande jacaré de papo amarelo, o Ururau. A lenda conta que nas noites de lua cheia, o Ururau procurava encontrar sua amada na beira do rio e, como não a via, levava uma das meninas que se abrigavam no Convento.
Nosso anfitrião, o carismático Vado do Pagode, nos apresentou à toda a Diretoria da Escola e não conseguiu disfarçar toda a emoção que estava sentindo com a nossa presença. Sentimo-nos em casa, pois até uma mesa já estava reservada para nós.
No sábado, foi a vez de visitarmos a quadra do Grêmio Recreativo Bloco de Samba "Os Psicodélicos", que em 2018 estará comemorando 50 anos de existência.
Qual não foi a nossa surpresa quando lá chegamos e fomos também recebidos afetuosamente por todos os membros do bloco, com direito à reserva de duas mesas!
A festa da noite também era para a escolha do samba enredo para o Carnaval de 2018, e no páreo estavam concorrendo quatro sambas de alto nível. A decisão ficou nas mãos dos jurados que se reuniram no mesanino da quadra para acompanhar as apresentações. Entre os jurados, estava o grande destaque da Imperatriz Leopoldinense, o estilista e carnavalesco Nelcimar Pires.
Após muitos minutos reunidos, o júri decidiu que o samba que vai contar as Bodas de Ouro d'Os Psicodélicos, sob o enredo "Jubileu de Ouro - Entre tamancos e Margaridas, Lutas e Vitórias, um Povo Guerreiro Construiu sua História", foi o samba alegre e de refrões marcantes composto por Toninho Shita e interpretado por Juninho Razão.
Fundado em 1968, na comunidade do Morrinho, Os Psicodélicos é o bloco de samba mais tradicional da cidade. Campeão 29 vezes, é o maior vencedor do Carnaval da cidade de Campos na categoria "Bloco de Samba" do Grupo Especial. O Bloco ainda tem 1 título no Grupo de Acesso.
Os Psicodélicos foi bicampeão em 2012, tricampeão em 2013, tetracampeão em 2014 e pentacampeão em 2016. Em 2015 não houve desfile. Em 2014, o título veio numa vitória arrasadora com a diferença de 14 pontos para o 2º colocado - considerada a maior diferença da história do carnaval de Campos dos Goytacazes.
Sob os olhares extasiados dos foliões que compareceram aos dois eventos, a Rainha de Bateria Luciana Marques também deu um show exibindo sensualidade e beleza ao ser convidada a sambar diante de todos e ao lado das rainhas, madrinhas e musas das agremiações.
Aplaudida nas duas quadras, Luciana provou que loira também sabe sambar e que não fica atrás de outras beldades do carnaval carioca. A filha, Natália Marques, Rainha Mirim mostrou que "filhinha de peixe, peixinha é" e surpreendeu com seus passos e gingado de menina sambista.
Nossa visita à cidade de Campos foi finalizada no Sambódromo Rubinho Chebabe, uma grandiosa estrutura construída para servir de palco ao Campos Folia, sempre ao lado do nosso anfitrião e amigo, o talentoso Vado do Pagode.









9 de setembro de 2017

Mocidade Alegre de Olaria Trará os Antigos Carnavais em 2018

Ao que tudo indica, a Mocidade Alegre de Olaria irá levar os antigos carnavais da agremiação para a Avenida, em 2018.
De acordo com os burburinhos dos bastidores, a Escola de Samba deverá fazer uma releitura dos desfiles que mais marcaram a cidade ao longo de seus 39 anos de existência.
A Mocidade Alegre de Olaria foi fundada no dia 23 de abril de 1979, ano em que se comemora o avanço da democracia no país. Foi em 1979 que o então Presidente João Batista Figueiredo teve a difícil e árdua tarefa de fazer a transição do regime militar para a democracia. Neste mesmo ano, em agosto, foi aprovada a Lei da Anistia, que começou na segunda metade da década de 70 reunindo entidades do movimento estudantil e sindical, organizações populares, OAB, ABI e Igreja. E, neste ano de 1979, a comunidade do bairro Olaria deu o ponta-pé inicial para a evolução do samba em nosso Município.
No dia 23 de abril, dia de São Jorge, um grupo de foliões reuniu-se no salão do Restaurante Caseiro Dona Ilda, no bairro Olaria. O propósito dos foliões era criar uma nova agremiação carnavalesca. Até então, a única agremiação organizada era o famoso BAP (Bloco Amigos do Pedrinho) e grande parte dos foliões reunidos no Restaurante pertencia a este bloco.
Os foliões reunidos no Restaurante da Dona Ilda acertaram os detalhes da nova agremiação carnavalesca e, ao final da reunião, estava fundado o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Alegre de Olaria, tendo como símbolo o "pandeiro", e as cores do pavilhão: "azul" e "branco".
Entre os fundadores estavam Pedro Ribeiro, Benedito Ribeiro, Ricardo Ribeiro, Jailson Simões, Adenilson Castro, Roberto Simões, Edson Germano, Diná Simões, e outros. A nova agremiação foi batizada pela Escola de Samba Portela, do Rio de Janeiro.
Em seu primeiro desfile, no carnaval de 1980, a Mocidade Alegre apresentou na avenida um tema livre, cujo samba-enredo de autoria de Silva do Pandeiro expressava em sua letra o fascinante universo do carnaval. Já no ano seguinte, a Escola homenageou o Padre José de Anchieta.
Em 1983, a Mocidade conquistou o seu primeiro título de campeã, apresentando o samba-enredo "Hoje é o Dia da Sorte", de Carlos Otávio Ferreira (Tavinho).
O segundo título veio no ano seguinte com o enredo “Bahia, Sublime Força dos Orixás”, cujo autor do samba foi Lili do Banjo.
Mas, foi no ano de 1986 que a Escola levou para a avenida o enredo cujo samba se tornaria uma espécie de Hino da Escola. Com samba de autoria de Jorge Trindade, a Mocidade desfilou sob o enredo “Levanta, Sacode a Poeira e dá a Volta por Cima” e a Escola ganhou o seu terceiro título de campeã.
Em 1987, a Mocidade Alegre de Olaria fez uma homenagem a Pedro Caetano, com o samba "É Com Esse Que Eu Vou", de autoria de Edson Germano.
Apesar da preocupação da comunidade em apresentar um carnaval cada vez mais profissional e aprimorado, os desfiles ocorridos entre os anos 1994 e 2000 não tiveram competição oficial.
Em 2001 a competição retornou e a Mocidade conquistou seu quarto título. A escola de Olaria venceu a Juventude de Muquiçaba e as duas se tornam as únicas escolas de samba em atividade no município.