Páginas

22 de setembro de 2013

Imperatriz Vai Contar a História do Quilombo de Iguape


A Imperatriz do Samba, agremiação liderada por Luiz Paulo da Rocha Junior e pelo Carnavalesco Simão Pedro vai homenagear a comunidade quilombola de Alto Iguape. Através das redes sociais, a Escola abriu a concorrência de Sambas de Enredo e disponibilizou a sinopse para 2014.
Aos compositores que desejam concorrer ao samba da Escola "Imperatriz do Samba" para o Carnaval 2014 o Blog Batuque na Praia está disponibilizando a sinopse.
O samba gravado (voz e cavaco) juntamente com a letra devem ser entregues até o dia 18/10/13 (sexta-feira) através do Facebook (Virgílio Freitas) ou na Academia de Dança Equilibrium (atrás da Faculdade Pitágoras).

Foto: Alex Gouveia

Confira a sinopse:

Em 1818, o Príncipe Maximiliano de Neuwied, renomado naturalista austríaco, foi contratado pela coroa portuguesa para visitar e descrever as características do Brasil. A partir dessa visita, o Príncipe Maximiliano escreveu um livro intitulado “Viagem ao Brasil”, onde relata que na Região de Guarapari existiu durante 50 anos um grupo de negros oriundos de duas fazendas. A primeira se chamava Engenho Velho, que reunia um total de 295 escravos e, segundo alguns ofícios históricos, a de maior valor. A segunda era a fazenda Campos, que tinha 417 escravos, ambas pertencentes ao padre Antônio Siqueira de Quental.
Logo após a sua morte, outro padre que passou por Guarapari, informou aos herdeiros de Portugal o estado de ruína em que se encontravam as fazendas, e que, em troca das terras ele cuidaria das fazendas e dos escravos. Mas, os líderes dos escravos se revoltaram e o mataram enquanto dormia.
Os escravos da fazenda Engenho Velho também se libertaram e fugiram pra mata. Lá, viviam livres sem trabalhar muito, caçavam e mantinham uma organização social bem estruturada. Maximiliano ainda escreve que os negros da região, recebiam os forasteiros de maneira amigável e mantinham boa convivência com os habitantes da Vila de Guarapari, mesmo não sendo livres, nesse particular, eram muito diferentes dos negros fugidos de Minas Gerais e outros lugares. A partir dessa diferença com os Quilombos, Maximiliano compara essa organização como uma república.
A comunidade do Alto Iguape, através do Sr. Reginaldo Lucas Lourinho, líder comunitário e do trabalho de pesquisa do Sr. José Amaral, historiador, está realizando um sonho, o sonho de ver a história de suas raízes contada, e registrada.   
No dia 16 de maio de 2012, três dias após o aniversário da abolição da escravatura, foi concedido à comunidade do Alto Iguape, a Certidão de Auto definição de Remanescente de Quilombo pelo Ministério da Cultura.
A Fundação Cultural Palmares, deu como verídica a história acima contada.
Os remanescentes do Alto Iguape, não querem parar por aí, querem mostrar para o mundo a sua natureza exuberante, resgatar sua cultura fragilizada com o êxodo de seus moradores para as cidades, criar uma comunidade forte e sustentável através de uma nova visão de futuro, para isso, faz-se necessário, criar oportunidades e divulgar ações já existentes.
O nome IGUAPE vem do tupi-guarani e significa lugar com grande volume d'água, entre outros significados, o que torna o Alto Iguape um local de grande potencial para uma estação de ecoturismo, a sua altitude permite a instalação de uma rampa para a prática do parapente e saltos com asa delta, além de possuir várias trilhas com fauna e flora pertencentes à Mata Atlântica.
Anualmente acontece a caminhada do Alto Iguape já na sua décima edição. Essa caminhada é feita entre os meses de julho a agosto, e é realizada por cerca de 350 pessoas.
A Imperatriz do Samba tem a honra de junto com a Associação do Alto Iguape, trazer à tona essa maravilha histórica transformada em enredo para o carnaval de 2014. Mas, muitas surpresas vêm por aí!
A nossa escola conta a História e reinventa o Alto Iguape, divulga suas belezas e torna tudo sustentável, com o objetivo de fazer com que a população de Guarapari conheça essa parte da história do município e tenha orgulho de ser uma cidade que tem remanescentes quilombolas, não simples descendentes de Quilombos, mas descendentes da única República negra da história do Brasil.

ELABORAÇÃO:
LUIZ PAULO DA ROCHA JUNIOR
SIMÃO PEDRO PINHEIRO GONÇALVES
ÂNGELA MARIA DA ROCHA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção, este é um Blog pessoal para divulgação de atividades festivas e fatos relacionados. Não serão aceitos comentários ou postagens de cunho religioso, político, racista, homofóbico, etc. A redação se reserva o direito de excluir ou bloquear tais manifestações.