Os líderes da Liga das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Guarapari, Pedro Ribeiro e Almir Gonçalves compareceram ao programa "De Olho na Cidade - Perspectiva" comandado pelo jornalista Ricardo Conde.
A intenção, segundo o jornalista, é mostrar ao público a quantas anda o esperado carnaval da Cidade Saúde.
Entre tantas e conhecidas palavras de reclamação e insatisfação, Pedro Ribeiro mais uma vez reclamou da forma como o espetáculo é visto pela administração municipal. Num dos blocos do programa, Pedro disse que o carnaval de Guarapari está "moribundo" pois a cada ano está mais difícil realizar um belo espetáculo na avenida. Pedro falou ainda que o recurso disponibilizado para os shows realizados na Praia do Morro é superior ao que é investido no Centro e os shows contam com apoio de patrocínios, ao contrário do que acontece com o Carnaval de rua da cidade.
Indagados sobre a verba esperada pelas agremiações, os líderes da Liga responderam que estão ansiosos pelo cumprimento da promessa do prefeito. Almir falou que os valores a serem repassados para os blocos e escolas de samba dependem do que será cobrado pela empresa que irá proporcionar a infra-estrutura do carnaval. Almir disse que há diversos itens que encarecem a estrutura: como a equipe de apoio (no mínimo 45 pessoas), carro de som, locutores, iluminação, etc.
Ricardo Conde perguntou sobre um local mais apropriado para a realização do carnaval de Guarapari. Almir, entretanto, não apresentou nenhuma proposta, mas ressaltou que a Avenida Joaquim da Silva Lima não comporta mais esse evento, considerando os blocos que atualmente arrastam cerca de 800 pessoas a cada desfile e citou alguns como o Cachorra Doida, Papadéfus, Turma do Funil, Unidos da Fonte e Bloco Rama.
Embora muita coisa tenha sido falado nessa entrevista com Ricardo Conde, a aparição das lideranças da LIGESBC na tela não trouxe nenhuma novidade ou qualquer expectativa de melhorias no Carnaval de Guarapari. Há anos que a dupla Almir/Pedro encabeça a folia na cidade e não se observa qualquer evolução nos últimos 30 anos. Enquanto o Carnaval em várias cidades do Brasil transformou-se num evento lucrativo para todo mundo, desde o menor vendedor de latinhas aos grandes produtores de bebidas, desde o menor locador de apartamento às grandes empresas hoteleiras, aqui na Cidade Saúde não passa de um evento simples em uma avenida que não oferece a menor estrutura para isso.Se a organização do Carnaval de Guarapari partisse de uma efetiva união entre a Liga e a Prefeitura, todos ganhariam com isso. Mas, o que se vê todos os anos é apenas um remelexo há poucos dias da festança e nada mais.
Na Avenida Joaquim da Silva Lima, atual passarela do samba de Guarapari, os foliões se amontoam nas calçadas em frente às lojas, bancos e garagens de condomínios residenciais, debaixo das marquises ou debaixo de alguns alto-falantes postos ao longo da rua e esperam os blocos e escolas. Quando não estão debruçados nas janelas dos apartamentos, desfilam tranquilamente pela Avenida interditada. Uma completa desorganização que mostra o quanto nosso Carnaval fica a desejar em relação aos carnavais de outras cidades turísticas.
Não há banheiros químicos, arquibancadas, camarotes, cabine de juízes, palanque decente, segurança, etc. A iluminação é precária! A pista é estreita e entrelaçadas de fios suspensos. A verba repassada para as duas únicas escolas de samba é irrisória. Não há patrocínios evidentemente eficazes para um espetáculo bonito. Não há uma eleição da família momesca como forma de incentivo. As escolas e blocos desaparecem durante o resto do ano. Todos se disperçam. O que esperar de um carnaval assim?
A não ser que alguém verdadeiramente lute pelo Carnaval de Guarapari, em breve vai acontecer o que Pedro, um dos "Líderes" da Liga anuncia apático: "o Carnaval de Guarapari está moribundo", ou seja, nossa folia fatalmente vai morrer.
Foto: Bloco Papadéfus, Carnaval 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção, este é um Blog pessoal para divulgação de atividades festivas e fatos relacionados. Não serão aceitos comentários ou postagens de cunho religioso, político, racista, homofóbico, etc. A redação se reserva o direito de excluir ou bloquear tais manifestações.