
Durante muitos anos o Carnaval da Cidade Saúde passou a ser considerado um evento menor. Bem diferente do que acontecia na década de 80, quando até mesmo os foliões de Vitória e Vila Velha desembarcavam em Guarapari e lotavam os hotéis e restaurantes. Naquela época, os foliões se preparavam antecipadamente para desfilarem nas suas escolas. Havia a prévia confecção de fantasias e o burburinho dos ensaios incendiava as ruas da cidade. Aqui e ali havia um grupo qualquer batendo um pandeiro e tocando um tamborim. Até discos foram gravados com os sambas enredo das nossas Escolas.
Na década de 80 começaram a surgir outras escolas de samba, como a Independentes de JK, a Tom Maior (que depois se transformou na Juventude de Muquiçaba) e a Amigos da Fonte.
Mas, a falta de investimento financeiro acabou por esfriar os ânimos e a empolgação dos líderes carnavalescos. Sem local adequado para desfilar e até mesmo para realizar os ensaios, as escolas foram se empobrecendo. As comunidades não se interessavam pelas agremiações e o que suas bandeiras representavam. As nascentes escolas de samba sofreram aborto espontâneo e o carnaval da Cidade Saúde ficou doente e em coma por vários anos.
Desde o início do século até hoje, o Carnaval de Guarapari tenta acordar desse sono profundo, mas não tem energia suficiente para se levantar da cama.
Lutando com todas as forças que lhes restam, as duas únicas escolas de samba que teimam em animar o Carnaval de Guarapari esperam ansiosamente o repasse da subvenção da prefeitura para começar a preparar o próximo desfile. E elas desfilam! Mas, sem concurso, sem premiação ou qualquer outro incentivo que as façam voltar no próximo ano mais vigorosas e bonitas.
Os blocos que existem também se limitam a vender abadás nos dias que antecedem o Carnaval e depois desaparecem durante o resto do ano. Assim, o Carnaval da Cidade Saúde permanece em eterno estado de marasmo completo.
As agremiações darão um suspiro no mês de fevereiro, piscarão os olhos mais uma vez no curto verão de 2012 e depois voltarão ao esquecimento por mais 09 ou 10 meses.
Tomara que a Imperatriz do Samba, promessa de 2012, realmente incendeie a avenida Joaquim da Silva Lima, e faça com que nosso Carnaval volte a ser quente como era nos tempos de outrora.
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