Nesta tarde chuvosa de domingo, resolvi fazer uma pequena análise dos preparativos para o Carnaval de 2012 de Guarapari. Enquanto as escolas de samba da Grande Vitória se movimentam e se organizam em torno de feijoadas, pagodaços e outras festas, a exemplo do que ocorre no Rio, São Paulo e em outras cidades, em Guarapari ocorre exatamente o contrário. Sendo a Cidade Saúde um município que se propõe a viver prioritariamente a partir do turismo, esse quadro não deveria ser assim. O que observamos ao dar uma volta pela cidade, é a completa falta de empolgação e envolvimento das comunidades com as agremiações. Não se encontra rodas de samba, não se ouve os batuques dos ritmistas, não há sambas de enredo sendo cantados pela população e tampouco se vê alguém usando alguma camisa alusiva ao Carnaval que se aproxima... Lamentável, mas compreensível.
Durante muitos anos o Carnaval da Cidade Saúde passou a ser considerado um evento menor. Bem diferente do que acontecia na década de 80, quando até mesmo os foliões de Vitória e Vila Velha desembarcavam em Guarapari e lotavam os hotéis e restaurantes. Naquela época, os foliões se preparavam antecipadamente para desfilarem nas suas escolas. Havia a prévia confecção de fantasias e o burburinho dos ensaios incendiava as ruas da cidade. Aqui e ali havia um grupo qualquer batendo um pandeiro e tocando um tamborim. Até discos foram gravados com os sambas enredo das nossas Escolas.
Na década de 80 começaram a surgir outras escolas de samba, como a Independentes de JK, a Tom Maior (que depois se transformou na Juventude de Muquiçaba) e a Amigos da Fonte.
Mas, a falta de investimento financeiro acabou por esfriar os ânimos e a empolgação dos líderes carnavalescos. Sem local adequado para desfilar e até mesmo para realizar os ensaios, as escolas foram se empobrecendo. As comunidades não se interessavam pelas agremiações e o que suas bandeiras representavam. As nascentes escolas de samba sofreram aborto espontâneo e o carnaval da Cidade Saúde ficou doente e em coma por vários anos.
Desde o início do século até hoje, o Carnaval de Guarapari tenta acordar desse sono profundo, mas não tem energia suficiente para se levantar da cama.
Lutando com todas as forças que lhes restam, as duas únicas escolas de samba que teimam em animar o Carnaval de Guarapari esperam ansiosamente o repasse da subvenção da prefeitura para começar a preparar o próximo desfile. E elas desfilam! Mas, sem concurso, sem premiação ou qualquer outro incentivo que as façam voltar no próximo ano mais vigorosas e bonitas.
Os blocos que existem também se limitam a vender abadás nos dias que antecedem o Carnaval e depois desaparecem durante o resto do ano. Assim, o Carnaval da Cidade Saúde permanece em eterno estado de marasmo completo.
As agremiações darão um suspiro no mês de fevereiro, piscarão os olhos mais uma vez no curto verão de 2012 e depois voltarão ao esquecimento por mais 09 ou 10 meses.
Tomara que a Imperatriz do Samba, promessa de 2012, realmente incendeie a avenida Joaquim da Silva Lima, e faça com que nosso Carnaval volte a ser quente como era nos tempos de outrora.
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