Confira a sinose do Enredo da Unidos da Piedade, que neste ano homenageia Pernambuco e toda a sua riqueza.
"DO AGRESTE E DO SERTÃO, DE GONZAGA E LAMPIÃO
PERNAMBUCO, HISTÓRIAS DE LUTA, DO FREVO E SÃO JOÃO."
Seu moço fique atento
Na história que eu vou lhe contá
De um lugar que nesse mundo
Nunca vi outro iguá
Tem cultura tão rica
Que é referencia mundiá
É terra de gente boa
Que trabalha pra daná
De uma imaginação que voa
Pra criá e recriá
Tem muita canção que ecoa
Exaltando esse lugá
Tem gente que já se foi
Tem gente que não foi ainda
Muita gente importante
Construiu essa história linda
Faz esse estado importante
Que muita gente nem imagina
Esse cabra que vou lhes falá
Era um cabra pra lá de bão
Se enrabixou pela Bonita
Era o Virgulino Lampião
Cangaceiro sanguinário
Tinha aos pobres adoração
Vamos seguí viagem
Nas ladeiras sem cansá
Tem casas e casarões
Pra memória aguçá
Lhe falo de Olinda
Monumento seculá
Seu carnaval é mágico
Vale a pena visitá
No largo da Pitombeira
Muita Boca pra beijá
Tem o Galo da Madrugada
Que tá num livro mundiá
E o frevo dessa terra
Impossível de não dançá
O coração bate mais forte
Bem longe já escutando
O batuque dos tambores
É o maracatu chegano
Com o Rei e a Raínha
E o estandarte anunciano
Gente importante
E figuras conhecidas
No teatro e no cinema
O Auto da Compadecida
Revelando para o mundo
Essa terra tão sofrida
O povo desse lugá
Tem muita imaginação
Lhe digo agora também
Que aqui surgiu o Baião
Um ritmo inventado
Pelo mestre Gonzagão
Da cidade de Exu
Que fica lá no sertão
Se espalhou pelo Brasil
Essa sua criação
Abrilhantando até hoje
As festas de São João
A vida do sertanejo
Ele soube bem cantá
As alegrias e tristezas
Dessa terra sem iguá
Castigada pela seca
Que faz seu povo emigrá
Tem ate o velho Chico
Com suas águas cristalinas
Feito oásis no deserto
Vai banhando essa menina
Que sofre por seu amor
Pois o rio os separou
Juazeiro e Petrolina
Bumba-meu-boi, Caboclinhos
Que espetáculo divino
Tem os bonecos de barro
Do grande Mestre Vitalino
Arte internacional
Desse artesão genuíno
Outro artista conhecido
Pelas formas e pelas cores
Ganhou fama e é merecido
Retratou muitos valores
Romero Brito hoje é visto
Como mago entre os pintores
Essa terra tem talento
No teatro e Televisão
No folclore e na música
Tem artista de montão
Oh Terezinha, Oh Terezinha
A buzina do Chacrinha, toca mais não
Do simples ao erudito
Aqui não se tem besteira
Lembro também Paulo Freire
Educador de primeira
E o imortal recifense
Poeta Manoel Bandeira
Vamu deixá de lenga, lenga
E acabá com essa aflição
Falo é de PERNAMBUCO
Lugar lindo, tem igual não
Até a seca e a miséria
Contribuem com seu quinhão
O sofrimento mostra beleza
Que a alegria num vê não
Carnavalesco:
Paulo Balbino
Texto escrito com alguns versos de Kahina Freire