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7 de fevereiro de 2014

Unidos da Piedade Exalta as Riquezas de Pernambuco


Confira a sinose do Enredo da Unidos da Piedade, que neste ano homenageia Pernambuco e toda a sua riqueza.

"DO AGRESTE E DO SERTÃO, DE GONZAGA E LAMPIÃO
PERNAMBUCO, HISTÓRIAS DE LUTA, DO FREVO E SÃO JOÃO."


Seu moço fique atento
Na história que eu vou lhe contá
De um lugar que nesse mundo
Nunca vi outro iguá
Tem cultura tão rica
Que é referencia mundiá

É terra de gente boa
Que trabalha pra daná
De uma imaginação que voa
Pra criá e recriá
Tem muita canção que ecoa
Exaltando esse lugá

Tem gente que já se foi
Tem gente que não foi ainda
Muita gente importante
Construiu essa história linda
Faz esse estado importante
Que muita gente nem imagina

Esse cabra que vou lhes falá
Era um cabra pra lá de bão
Se enrabixou pela Bonita
Era o Virgulino Lampião
Cangaceiro sanguinário
Tinha aos pobres adoração

Vamos seguí viagem
Nas ladeiras sem cansá
Tem casas e casarões
Pra memória aguçá
Lhe falo de Olinda
Monumento seculá

Seu carnaval é mágico
Vale a pena visitá
No largo da Pitombeira
Muita Boca pra beijá
Tem o Galo da Madrugada
Que tá num livro mundiá

E o frevo dessa terra
Impossível de não dançá
O coração bate mais forte
Bem longe já escutando
O batuque dos tambores
É o maracatu chegano
Com o Rei e a Raínha
E o estandarte anunciano

Gente importante
E figuras conhecidas
No teatro e no cinema
O Auto da Compadecida
Revelando para o mundo
Essa terra tão sofrida

O povo desse lugá
Tem muita imaginação
Lhe digo agora também
Que aqui surgiu o Baião
Um ritmo inventado
Pelo mestre Gonzagão

Da cidade de Exu
Que fica lá no sertão
Se espalhou pelo Brasil
Essa sua criação
Abrilhantando até hoje
As festas de São João

A vida do sertanejo
Ele soube bem cantá
As alegrias e tristezas
Dessa terra sem iguá
Castigada pela seca
Que faz seu povo emigrá

Tem ate o velho Chico
Com suas águas cristalinas
Feito oásis no deserto
Vai banhando essa menina
Que sofre por seu amor
Pois o rio os separou
Juazeiro e Petrolina

Bumba-meu-boi, Caboclinhos
Que espetáculo divino
Tem os bonecos de barro
Do grande Mestre Vitalino
Arte internacional
Desse artesão genuíno

Outro artista conhecido
Pelas formas e pelas cores
Ganhou fama e é merecido
Retratou muitos valores
Romero Brito hoje é visto
Como mago entre os pintores

Essa terra tem talento
No teatro e Televisão
No folclore e na música
Tem artista de montão
Oh Terezinha, Oh Terezinha
A buzina do Chacrinha, toca mais não

Do simples ao erudito
Aqui não se tem besteira
Lembro também Paulo Freire
Educador de primeira
E o imortal recifense
Poeta Manoel Bandeira

Vamu deixá de lenga, lenga
E acabá com essa aflição
Falo é de PERNAMBUCO
Lugar lindo, tem igual não
Até a seca e a miséria
Contribuem com seu quinhão
O sofrimento mostra beleza
Que a alegria num vê não


 Carnavalesco: Paulo Balbino


Texto escrito com alguns versos de Kahina Freire


Rogerinho do Cavaco Recebe Ircea Pagodinho


E, para o sujeito que gosta de samba da melhor qualidade e não é doente do pé, hoje tem uma grande pedida na Enseada Azul.
O Boteco Bohemia apresenta o sambista Rogerinho do Cavaco ao lado de Ircea Pagodinho!
Nome ainda pouco conhecido da maioria dos capixabas, Ircéa é irmã do grande Zeca Pagodinho e, ao lado de Rogerinho do Cavaco, promete oferecer ao público guarapariense o consagrado e apaixonante Samba de Raiz carioca.
Em 2002, a Revista Época publicou uma matéria de João Pimentel, do Jornal O Globo, sobre Ircéa que vale a pena reproduzir aqui no Batuque. Confira:


"Irmã de Zeca Pagodinho, de quem passou recentemente a usar o sobrenome artístico, Ircéa tornou-se atração da noite para o dia ao se apresentar em casas noturnas da Lapa e da Praça Tiradentes, como Supimpa e Centro Cultural Carioca. Mas a ex-professora primária está longe de ser uma estreante em palcos. Bem diferente de Zeca, a cantora, que foi a primeira a ganhar a categoria Revelação do extinto Prêmio Sharp, diz que não é tão afeita à badalações e nem tão caseira, os dois extremos da vida do irmão. 

- O Zeca sempre foi caseiro demais, mas, quando resolve sair de casa, sai mesmo. Eu gosto mais do que ele de sair, mas também não exagero.
Dona de uma bazar em Xerém, Ircéa, em contraponto ao irmão, tem curtido mais a paz do distrito de Duque de Caxias. Segundo ela, Zeca tem ido muito pouco ao lugar de onde se tornou uma espécie de prefeito informal:
- Ele teve que se mudar para dar melhores condições de estudo para os filhos. Aqui ele estava sendo assediado demais. Sempre tinha alguém pedindo ajuda - conta.
Com um cantar que tem nítida influência de sambistas como Alcione e Lecy Brandão, Ircéa diz que, assim como todos os quatro irmãos, cresceu em um ambiente musical bastante eclético.
- Minha mãe e minhas tias sempre cantaram muito bem, isso vem de berço. Nossa formação vem muito das serestas que ouvíamos, em que se cantava de tudo. Mas também tínhamos dois tios-avós que eram da pesada, da malandragem do samba - lembra Ircéa. - Eu gostava de ouvir Marília Barbosa (cantarola "Caso você case", de Vital Farias, do repertório da cantora), Elis, Elizeth, Beth Carvalho. Enfim, tudo o que era de qualidade.
Nascida e criada no Irajá, Ircéa, ainda menina, desfilava ao lado dos irmãos e dos primos no Boêmios do Irajá, um dos maiores blocos que já desfilaram pelo subúrbio:
- Meu primo Beto Gago era diretor da Ala do Pagodinho no bloco Boêmios. Aliás, o nome do Zeca, o mascote do bloco, vem daí. Como eu estudava e trabalhava, não ia às reuniões. Quando chegava o carnaval, não tinha fantasia para mim e para minhas primas. - lembra. - A gente comprava um pano das cores do bloco, vermelho e branco, e fazíamos a fantasia. O problema é que às vezes a fantasia era de bolinha e a gente comprava o pano listrado. Mas a família ficava em volta da gente e ninguém chegava perto.
Do Boêmios e da vivência do samba, a cantora passou a freqüentar as rodas que se espalhavam pelo subúrbio do Rio. Dos pagodes de Osmar do Cavaco, em Marechal Hermes; de Arlindo Cruz, em Cascadura; de Anita, mãe de Dudu Nobre, no Centro; Ircéa, depois de uma passagem pelo Cacique de Ramos, gravou seu primeiro e único disco, em 1987.
- Era a segunda geração do pagode, que começou com Zeca, Jorge Aragão, Jovelina e outros. Lancei meu disco mas, pouco tempo depois, o Marcos Silva, diretor artístico da RGE, que era quem dava força aos sambistas, morreu. Então, ficou uma porta aberta por onde entraram os sertanejos...
Depois de um sucesso efêmero e de viajar pelo país fazendo shows, uma operação fez com que, desde 1994, ela deixasse de lado a vida de cantora. Mas, por insistência dos amigos, voltou. E diz que não tem problemas em usar a alcunha do irmão famoso:
- Quem me conhece sabe que não tenho essa vaidade e que, quando precisei largar tudo para trabalhar e botar dinheiro em casa, não pensei duas vezes."

Confira uma das performances dessa talentosa sambista: