Finalmente!
Após
muitas incertezas, a Mocidade Alegre de Olaria, escola de samba mais tradicional
da Cidade Saúde definiu o Enredo para o Carnaval do ano que vem!
Mas,
não foi só isso!
Tarcísio
Ribeiro, cujo mandato havia terminado em abril de 2012, decidiu permanecer à
frente da Diretoria da Escola por, pelo menos, mais um ano, já que não houve
registro de candidatos ao cargo.
Emocionado,
reuniu-se com um grupo de amigos da Mocidade na casa de sua mãe no bairro
Ipiranga, e formou a nova diretoria executiva.
Wendel Lima aceitou
trabalhar ao lado de Tarcísio na condição de Vice-Presidente e Edson Junior
Rodrigues continuará como Carnavalesco no desfile de 2013.
O
enredo de 2013 contará a história da Televisão, desde a sua criação em preto e
branco até os dias atuais da era digital.
Tarcísio
anunciou que até o fim deste mês haverá a apresentação oficial do Enredo aos
compositores para que tão logo seja escolhido o samba do próximo
carnaval.
Confira, abaixo, a sinopse criada por Julio Cezar (eu mesmo!) autor deste Blog, a pedido
do presidente Tarcísio:
-
- Introdução - -
Conta
a lenda que Hórus, deus dos céus, era filho de Ísis e Osíris e tinha a cabeça de
falcão. Após a morte do pai, Hórus trava uma difícil batalha contra Seth, seu
malvado irmão, para assumir o lugar do pai. Nessa batalha, Hórus perdeu o olho
esquerdo. Hórus passou a usar um amuleto de serpente e se recuperou do
ferimento. Finalmente, o deus derrotou Seth e ocupou seu lugar no mundo dos
vivos.
Os
egípcios passaram então a usar o amuleto contra todo tipo de mau
olhado.
Muitos
confundem o Olho de Hórus com o “O Olho que Tudo Vê”, símbolo que
aparece no Selo dos Estados Unidos e na nota de U$ 1,00 (um dólar).
O
Olho da Providência surge dentro de um triângulo, e às vezes, sobre uma
pirâmide, cercado por raios de luz, que simbolizam a Glória divina. Esse símbolo
sugere que o “Olho da Providência” é favorável aos empreendimentos daquele
país.
Não
é à toa que foi nos EUA que surgiu o primeiro aparelho que serviria para a
fabricação da Televisão.
-
- Origem - -
Foi
o Olho da Providência que instigou um imigrante russo, morador dos EUA, a ter a
impressionante idéia de captar as ondas sonoras e reproduzi-las num aparelho
chamado iconoscópio. Inteligente, patenteou o aparelho em 1924 e disse que era
apenas uma reprodução eletrônica do Olho Humano.
A
televisão é a junção perfeita do intuitivo Olho de Hórus com o sábio Olho Que Tudo
Vê.
O
termo “Televisão” vem da palavra grega tele = distante e da palavra em latim visione = visão, e nada mais é que um
sistema eletrônico de reprodução de imagens e som instantaneamente. O sistema
converte a luz e o som em ondas eletromagnéticas e depois reconverte para o
aparelho chamado “televisor”. Hoje em dia, o povo confunde o aparelho com o
sistema, tanto que ao sair às compras para mobiliar a casa diz que “vai comprar uma
televisão”.
Os
primeiros aparelhos eram caixas de rádio que emitiam imagens vermelhas do
tamanho de um selo postal.
Somente
em 1936, na Alemanha, foi que surgiu o aparelho em alta definição cujas imagens
em Preto e Branco mostraram para o
mundo os Jogos Olímpicos que aconteciam em
plena ditadura nazista. Na mesma Alemanha, onde anos mais tarde, o Muro
da Discórdia cairia diante dos olhos de todo o
mundo.
-
- Cores - -
Contudo,
em 1954, mais uma vez nos Estados Unidos, surgiu a Televisão em Cores, através da rede
NBC.
O
Arco-Íris, símbolo do pacto de paz
entre Deus e os homens passou, então, a simbolizar a televisão colorida, já que
suas cores compõem o universo mágico de imagens transmitidas através do aparelho
de TV.
No
Brasil, a televisão apareceu em 1948, pelas mãos de um operador de câmera que
construiu os equipamentos necessários para a transmissão de (imaginem, só!) uma Partida de Futebol, em Juiz de
Fora.
- - Magia e História - -
Depois
de sua invenção e produção em larga escala, a televisão virou febre e todos
correram atrás da maravilhosa Caixa Mágica de imagens e sons. Todo
o mundo queria ter uma réplica do misterioso aparelho que era capaz de trazer
para dentro de suas casas os fatos que ocorriam longe de suas limitadas
vistas.
A
televisão passou a ser como um membro da família, já que, antes mesmo de
qualquer filho, os casais sonhavam em ter uma “TV Bebê”. Longe de ser símbolo de
status, a televisão tornou-se material de primeira
necessidade.
As
noites, outrora escuras e embaladas apenas pelo ruído dos rádios à válvula, se
encheram de sons e imagens que faziam com que todo o povo viajasse por lugares
antes desconhecidos. A imaginação fluía livremente.
Foi
a televisão que levou o Homem à Lua! O satélite aproximou-se
dos homens através daquela Janela Aberta e o mundo caminhou com Neil Armstrong
pelo assustador e sombrio solo lunar. Assim como o astronauta, o mundo arregalou
os olhos e prendeu a respiração. E quando o Jogo
Mundial terminou, nossos olhos se encheram d’água e uma lágrima rolou
pela nossa face, do mesmo jeito como chorou o pequeno Urso Micha nas
arquibancadas de Moscou.
Foi
a televisão que mostrou também a Profundeza dos Mares e revelou o fantasmagórico
Titanic, grande navio vencido pela
frágil água.
A
televisão revelou também, mais ao fundo, os inúmeros seres que habitam a
escuridão abissal, invisíveis aos olhos humanos, porém iluminados e
coloridos.
O
mundo alcançou o centro da Terra em busca dos mineiros perdidos e descobriu que
não há mais limites aos olhos humanos.
Foi
a televisão que nos fez viver o sonho da Princesa Cinderela, a plebéia que
arrebatou o coração do príncipe e o levou ao altar diante dos olhos de todo o
mundo. A nova Cinderela, mortal e delicada, tinha o forte nome da vigorosa e
eterna deusa Diana.
Foi
esse “Olho Que Tudo Vê” que trouxe a música envolvente e a simplicidade
contagiante dos Príncipes do Rock: os meninos de
Liverpool. E, infelizmente, vimos pesarosos a última corrida, a última curva, a
última cena do Príncipe
Senna...
Através
da Televisão, vibramos com a bola que rola nos campos, de um pé a outro, de uma
área a outra, até que o Rei da Pelota completasse mil
gols.
A
televisão nos faz rir ou chorar com os dramas das Novelas cujos personagens
intrigantes, cômicos, românticos, aventureiros e malvados se tornam membros de
nossas famílias e convivem diariamente com a gente.
Foi
a televisão que nos fez entender que o Direito de Nascer pode demorar um
ano para ser compreendido pelas pessoas.
Com
a televisão, sentimos na pele o sofrimento da Branca Escrava Isaura, cujo senhor sentia
um enorme prazer em perseguir a heroína dos nossos
sonhos.
Descobrimos,
finalmente, quem matou a mulher mais odiada da dramaturgia brasileira. Uma
indagação que nos deixava intrigados: “Quem Matou
Odete...?”
A
Turma do Sítio do Picapau Amarelo encantou
nossas tardes e nos levou a usar o pó do pirlimpimpim em viagens que somente a
televisão pode nos proporcionar.
O
Apresentador que faz chover dinheiro
tornou os domingos divertidos. E assim, de aviãozinho em aviãozinho, o homem que
tem nome de santo vai distribuindo dinheiro e sonhos a todo mundo. Já a Apresentadora distribui beijinhos e
marca com “X” os corações dos baixinhos. Ambos, entretanto, imitam o Velho Guerreiro que, no passado,
distribuía “bacalhau”, “banana” e “abacaxi” para a platéia
enlouquecida.
Quem
diria que através da televisão poderíamos entrar na Casa
dos Brothers e vê-los dormir, comer, namorar, chorar e
amar?
Quem
imaginaria que um dia poderíamos ver o Milagre da Vida acontecendo
vagarosamente diante dos nossos olhos, na figura do pequeno ser humano que
cresce tranqüilo no ventre materno?
Afinal,
quem diria que essa imitação do “Olho Humano” alcançaria o interior do Nosso Corpo e desvendaria os
segredos da corrida sanguínea e o baticum incessante do coração? Baticum que
parece mesmo com a cadência da Mocidade, cuja Alegria enche de vida os foliões
da cidade.
A
Televisão, o moderno “Olho da
Providência”, acabou se tornando uma extensão de nós
mesmos.
Ela
é hoje, e será para sempre, os Olhos Coloridos da
Humanidade.
É
nessa mistura de matizes e cores, de sons e imagens, de luz e magia, que a
Mocidade vem contar, em azul e branco, a história da TV que todo mundo quer
ver.
Pesquisa
e Desenvolvimento do Enredo:
Julio
Cezar Gomes Pinto.
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